Mia Couto
Governo homenageia Mia Couto
O ESCRITOR Mia Couto será homenageado na próxima sexta-feira pelo Ministério da Educação e Cultura pela sua mais recente conquista, o prémio da União Latina para Literaturas Românticas referente a este ano. Numa cerimónia a ter lugar naquele organismo governamental, o autor cuja mais recente publicação é o romance “O Outro Pé da Sereia”, receberá das mãos do ministro Aires Ali uma mensagem de congratulação pelo facto de ter vencido, mês passado, aquele importante galardão.
O prémio ganho por Mia Couto foi criado em 1990 pela União Latina, organização internacional fundada pela Convenção de Madrid para evidenciar e difundir a herança cultural e as identidades do mundo latino, o prémio tem um valor pecuniário de 12 mil euros. O galardão foi instituído para homenagear a diversidade do património literário latino, consagrando, todos os anos, um romancista de língua latina cujas obras merecem ser difundidas amplamente e traduzidas nas outras línguas latinas. A cerimónia de sexta-feira será testemunhada pelos fazedores da Cultura e demais personalidades ligadas a arte.O autor de “O Último Voo do Flamingo” – romance adaptado para o teatro por Lucrécia Paço para o “Mutumbela Gogo” e Elliot Allex, “Mugachi” – dedicou o trofeu a “todos os colegas” do panorama literário moçambicano, “em especial” José Craveirinha (falecido em 2004). Mia Couto é o primeiro escritor moçambicano e o primeiro africano a ser galardoado com este prémio. Na sua obra, o escritor diz pretender relatar a “riquíssima epopeia de sonhos e utopias”, as “apostas desfeitas e refeitas contra o peso da História” que preenchem o percurso da “jovem nação” de Moçambique. “Esse percurso de guerras e dramas fez-se de materiais humanos sublimes, de histórias individuais e colectivas profundamente inspiradoras. São essas vozes que disputam rosto e eco nas páginas dos meus livros”, disse ainda.Mia Couto, natural da Beira, onde nasceu em 1955, é o mais traduzido escritor moçambicano e uma referência da literatura contemporânea do país. O júri deste ano, presidido pelo intelectual italiano Vincenzo Consolo (também premiado em 1994), escolheu Mia Couto à quarta volta do escrutínio pela “originalidade e o poder criativo de um escritor que parte da realidade do seu país para exaltar o poder da vida e a alegria de viver, mesmo se, por vezes, em condições extremamente dramáticas”. António Emílio Leite Couto, mais conhecido por Mia Couto, nasceu na Beira (Moçambique), em 1955, foi jornalista, dirigiu o “Notícias” e a revista “Tempo”. “A Varanda do Frangipani” (1996), “O Último Voo do Flamingo” (2002) e “A Chuva Pasmada” (2004) são algumas das obras do escritor, que tem sido traduzido para o francês, inglês, espanhol, alemão e italiano. A sua carreira literária começou por cima - o primeiro romance, “Terra Sonâmbula” (1992), é considerado um dos 12 melhores livros africanos de sempre, e desde então a sua obra já foi traduzida em inúmeras línguas. Só em Portugal, já vendeu mais de 400 mil livros.O prémio já foi atribuído, entre outros, a Agustina Bessa-Luís (1997), António Lobo Antunes (2003), José Cardoso Pires (1991), Gonzalo Torrente Ballester (1993), Vincenzo Consolo (1994) e Juan Marsé (1998). Entre os candidatos estavam Maria Velho da Costa (Portugal), Fernando Vallejo (Colômbia), Jaume Cabré (Espanha), Norman Manea (Roménia), Ana Maria Matute (Espanha), Luigi Meneghello (Itália), Patrick Modiano
2 Comentários:
A tempo, informa-se que este artigo veio publicado no jornal "Notícias" de Maputo 07 Maio.
Ponte disse...
A tempo, informa-se que este artigo veio publicado no jornal "Notícias" de Maputo 07 Maio.
7 de Maio de 2007 6:34
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