
Não choro a perda da minha infância;
choro que tudo, e nele a minha infância, se perca.
É a fuga abstracta do tempo - que é meu, que me dói no cérebro físico pela recorrência repetida, involuntária, das escalas do piano lá de cima, terrivelmente anónimo e longínquo.
É todo o mistério de que nada dura que martela repetidamente coisas que não chegam a ser música, mas são saudade, no fundo absurdo da minha recordação.
Fernando Pessoa nasceu há 120 anos.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial