segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Azagaia ataca de novo

Foto; Sérgio Santimano (Niassa, Base Beira, 2004)

A Marcha
I
Eu falo de povo para povo
Porque eu sou povo e tu és povo
Usamos a mesma linguagem
E quando tu falas eu te oiço
Quando eu falo tu me ouves
Partilhamos as mesmas dores
Se te cansaste de pedir favores
Entao venha para Marcha

Tu que és mal pago
Mas te esfolas no trabalho
TU que não és pago
E recebes esmolas no trabalho

Sim tu que és humilhado por não teres ido a escola
Ninguém percebe que tiveste que pegar cedo no trabalho

Tu que pagas impostos
ficas sem nada nos bolsos
Tu que fazes derigentes engordarem como porcos

Tu que não percebes economia nem politica
Dizem que o país desenvolve mas no teu prato nao vês comida

Tu que serás lembrado só nas próximas eleições
E verás o candidato em helicopetros e aviões

Tu que vieste pra cidade a procura de sustento
Porque no campo a agricultura não dura sem investimento

Tu que te apertas com os teus filhos num quarto de dependência
Acordas cedo, dormes tarde a lutar pela independência

Sim tu que és escorraçado nos passeios da cidade
A mesma policia que te escorraça não quer criminalidade

Tu que te formaste mas isso não basta no curriculo
Mais importante que habilitações é ser membro do partido

Tu que és do Centro, és do Norte e as vezes doe-te muito
Ver tua provincia empobrecer, será que Moçambique é só Maputo?

Tu que perdeste a tua familia no Paiol de Malhazine
E não viste os culpados serem julgados pelo crime

Tu que perdeste heróis e amigos vitmas deste regime
Se nao gritares comigo eles nao pagam pelo crime.

Refrao:
Ladroes----fora
Corruptos----fora
Assassinos----fora
Gritem comigo pra essa gente ir embora

Ladroes----fora
Corruptos----fora
Assassinos----fora
Gritem comigo pois o povo já não chora

II
E o povo apenas pede transparência
Queremos uma auditoria nos ministérios e presidência
Um levantamento de bens e orçamento
Os zeros no vencimento
Pra combatermos a pobreza vamos combater o enriquecimento

Baixem o salário dos deputados
Directores e ministros
E essas regalias dos Mercedes e subsidios
É tanto luxo, no meio do desemprego e do lixo
Porque que num país tao pobre, os dirigentes são tão ricos?

Declarem os vossos bens antes de assumirem as pastas
Ao povo o que é do povo
Não é pra construirem casas
No Triunfo e Belo Horizonte
Enquanto jovens recém-formados vêm o futuro sem horizonte
E é mesmo lá na fonte

Que esse Fórum Anti-corrupção
Tem que apontar os corruptos
Se não encontram corrupção
Então voçes são os corruptos

Mudem o modo de governar ou então mudem o governo
É que nem o Império de Gaza foi eterno

Vamos mudar a nossa estratégia de luta
Se os ricos roubam os pobres
vamos combater a riqueza absoluta

E se ha salario minimo que haja salário máximo
Pra cada cidadão um cargo de chefia no maximo

E a Constituição da República que seja destribuida
Nas escolas, nas igrejas,e divulgada pelos media

Abaixo o pacifismo, vamos andar de cabeça erguida
Nem que pra isso,tenhamos que sacrificar a alguma vida.
Refrão 2x Label:

Cotonete Records (http://www.cotonetrecords.com/)


3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

... barrigas gordas...em altas modas... viajam com grandes rodas.... fazem altas bodas e dao grandes fodas....ao povo...que nao se cansa..de tanta mudanca...mas sempre com esperanza...porque quem luta sempre alcanca...pra que um dia seja a vez da nossa danza

14 de novembro de 2007 às 00:22  
Anonymous Anónimo disse...

Mano Azagaia, tu és um exemplo dos músicos que o nosso País precisa, talvés com temas como esses que abordas nas suas músicas este povo ia abrir os olhos e puder ver que ainda não temos pessoas para Governar este País se não ladrões.

14 de novembro de 2008 às 03:01  
Anonymous Anónimo disse...

Mano Azagaia, promete que nunca vais deixares de falar de pova para povo porque és povo eu tamém sou povo, partilhamos as mesmas dores, quando deixo comentários tu me oves e quando repas eu te oiço.

14 de novembro de 2008 às 03:09  

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