terça-feira, 20 de novembro de 2007

mediaFAX Maputo 20.11.07

Morreu Nyimpine Chissano

(Maputo) Morreu ontem em
Maputo, Nyimpine Chissano,37, primogénito
do ex-Presidente da República,
Joaquim Chissano.
Várias fontes de informação revelaram que a morte
se deveu a um ataque cardíaco.
O nome de Nyimpine Chissano
ficou muito badalado a partir do momento
em que foi mencionado no
processo que julgou os executores da
morte do Jornalista Carlos Cardoso,
fundador e primeiro editor do media-
FAX, como um dos supostos autores
morais do crime.
Nyimpine morreu numa altura
em que o seu nome constava como
arguido no processo autónomo relacionado
com o assassinato do jornalista
Carlos Cardoso.
Sobre o assassinato de Carlos
Cardoso
, o ex.Procurador Geral da
República foi citado na edição do
mediaFAX de 3 de Novembro de
2002 a dizer que “se Nyimpine está
ou não envolvido deixo a clarificação
disso ao critério das pessoas que
estão a trabalhar no caso. Pelo que
sei, Nyimpine ainda não foi ouvido.
Se for necessário vamos fazé-lo. A
responsabilidade criminal não se presume.
Prova-se. Não se pode pronunciar
apontando boatos. Queremos
factos. Se for verdade que Nyimpine
está metido no caso Cardoso, ele
será chamado. Ninguém está acima da
lei”. Madeira acrescentou ainda
que “ qualquer denúncia tem a devida
importancia”.
O Jornal mediaFAX foi a primeira
publicação a revelar o suposto
envolvimento de Nyimpine na morte
de Carlos Cardoso, edição de 26/10/02,
“o filho do Galo” foi mencionado na
passada sexta-feira numa audiência
em que compareceu para ser ouvido
um cidadão de nome Uapa, de nacionalidade
sulafricana, ex-presidiario
da BO depois de cumprir metade de
uma pena de 10 anos de cadeia a que
tinha sido condenado por posse ilegal
de armas.
Uapa foi arrolado pelo Ministerio
Público, a poucas semanas do
início do julgamento. Para além de
outras revelações consideradas cruciais
para a compreeensão do processo
processo,Uapa mencionou alegadas conversas
do arguido Momad Assif(Nini)
onde este se terá referido como tendo,
no crime que vitimou Carlos Cardoso,
agido na posição de intermediário. Por
outras palavras, Momad Assif terá dito
que “o filho do Galo” é que era o interessado
directo na morte de Cardoso.”
Na sequência disso, o jornalista
Fernando Lima clarificava na edição
seguinte, “das muitas personalidades
envolvidas na audiência judicial da passada sexta-feira, ninguém quis dar a
cara. Mas a deram os circunstancialismos
da sessão e nome a este articulista.
Uapa pronunciou o nome sem
evasivas. Os presentes na sessão fizeram
questão em acrescentar que o
nome foi inscrito na acta da sessão.
E o nome é Nyimpine Chissano,
o filho do Presidente da República.
Cabe agora ao Ministerio Público
e aos demais actores envolvidos
no processo accionarem os devidos
procedimentos. Uma alegação é apenas
uma alegação. São precisos outros elementos
para darem corpo à alegação.
Aos polícias, advogados e juizes cabe
a investigação para o processo”.
A seguir a este episódio, os jornalistas
Marcelo Mosse, Kok Nam e
Fernando Lima foram alvos de ameaças.
E a ameaça mais insólita foi uma oferta
de 340 frangos, vivos e devidamente
acondicionados em gaiolas. Estes jornalistas,
apresentaram uma queixa às
autoridades policiais e a mesma não
teve desfecho.
Nyimpine chegou a promover uma
acção judicial contra o jornal Metical,
propriedade do jornalista Carlos Cardoso
em que a publicação foi condenada a pagar
uma indemnização de 70 mil dólares.
O que levou ao encerramento da mesma.
Nyimpine Chissano foi também conhecido
como empresário com vários interesses
económicos sendo de destacar a
Expresso Tours, cujos cheques foram
apresentados no julgamento de Cardoso
como documentos probatórios dos pagamentos
feitos por Nini Satar a Anibalzinho,
o executor do crime.(Redacção)

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