quarta-feira, 21 de novembro de 2007

22 de Novembro 2000

De quem vale a pena falar:
O próximo dia 22 de Novembro marca mais um aniversário da morte violenta do jornalista moçambicano CARLOS CARDOSO !
.Segundo o "Observador" de hoje (n. 103) editado em Maputo e pelas palavras de Maria de Lourdes Torcato:
Carlos Cardoso era democrata convicto e uma pedra no sapato dos corruptos!
- O Jornalismo e a Política nunca mais foram o mesmo desde a sua morte.
Muitos de nós lembramos com saudade Carlos Cardoso, o mártir da liberdade de imprensa em Moçambique, pelo seu extraordinário trabalho de jornalista investigativo, que ousou interferir na rede da corrupção e no crime organizado e por isso foi assassinado.
Poucos recordam a voz de Carlos Cardoso como Autarca e venho refrescar a nossa memória. O Cardoso juntou-se ao grupo de independentes “Juntos pela Cidade” que conquistou nas eleições de 1998 não mais que uma dúzia de lugares na Assembleia Municipal, mas lugares que fizeram a diferença.
Ele era um dos deputados e raramente faltava a uma sessão.
Com a frontalidade apaixonada que o caracterizava, zurzia nos oportunistas e nosindiferentes, na corrupção e na ilegalidade, clamava por transparência e honestidade.
E, o que foi extraordinário nesse tempo, é que o Cardoso incomodava, fazia muita gente torcer-se inquieta nas cadeiras da sala de sessões, mas criou mais admiradores que inimigos entre os seus pares–a maioria da FRELIMO inclusivamente.
O tema da legalidade era um dos mais caros para o Carlos Cardoso e gostava de interpelar o Presidente da Assembleia na altura, o jurista Teodoro Wate.
Essas trocas de ideias com o Cardoso eram sempre tão manifestamente sinceras e construtivas que, como não podia deixar de ser, conquistavam o adversário.
Aliás, depois de muitos debates, os dois ficaram de facto amigos adversários.
A Assembleia Municipal conheceu, como nunca acontecera na sua história, a voz de um convicto democrata, reclamando em nome dos seus concidadãos um Município aberto, contas e decisões transparentes, justiça e honestidade na gestão da coisa pública.
Lembram-se das suas perguntas à Câmara Municipal sobre se era verdade que a família Chissano e outras da nomenclatura no poder, eram os donos de vários terrenos ao longo da marginal, desde a Baixa ao Bº do Triunfo?
Nunca obteve resposta, mas o silêncio foi eloquente.
Carlos Cardoso colocou o seu jornalzinho por fax, O Metical, ao serviço da cidade e as sessões municipais tinham nele lugar cativo.
Devo confessar que na altura lhe disse que não achava muito ético que ele, autarca e jornalista, pusesse o jornal de que era proprietário e Director, ao serviço do “Juntos pela Cidade”, sacrificando objectividade e imparcialidade na reportagem.
Hoje acho ridícula essa preocupação e arrependo-me de o ter questionado por isso.
Ele era um soldado, o jornal a sua arma e ele usou-a com brio ao serviço das boas causas, pelo país e pela cidade.
Carlos Cardoso faz-nos mais falta cada dia que passa mas uma coisa é certa: a política e o jornalismo em Maputo nunca mais foram os mesmos e alguns pequenos avanços que conhecemos na imprensa, a ele os devemos.
Quanto aos corruptos, nada mudou: eles não eram adversários do Carlos Cardoso, eram os reais inimigos a quem a sua morte deu uma trégua.
Sobre o assassinato de Carlos Cardoso (1951-2000) - aqui !
Hoje, o "CATOJA", deve estar sorrindo lá no Alto !

21/11/2007

Morreu Ian Smith ex-líder da Rodésia
O antigo primeiro-ministro da ex-Rodésia Ian Smith, cujo Governo declarou ilegalmente a independência do domínio britânico, morreu ontem com 88 anos, anunciou um seu amigo.
Sam Whaley disse que Ian Smith morreu numa clínica perto da Cidade do Cabo, África do Sul. Smith sofrera recentemente um ataque cardíaco.
Ian Smith liderou um regime rebelde durante cerca de 14 anos, depois da declaração unilateral de independência da antiga Rodésia, actual Zimbabué, em 1965.
Enquanto esteve no poder, liderou uma luta de guerrilha contra facções da população de maioria negra.
Uma luta que perdeu, abrindo caminho para a independência do país, como Zimbabué, em 1979. Segundo a BBC, os seus apoiantes consideravam-no um visionário político, enquanto os seus adversários o classificavam como um racista que esteve demasiado tempo no poder.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

mediaFAX Maputo 20.11.07

Morreu Nyimpine Chissano

(Maputo) Morreu ontem em
Maputo, Nyimpine Chissano,37, primogénito
do ex-Presidente da República,
Joaquim Chissano.
Várias fontes de informação revelaram que a morte
se deveu a um ataque cardíaco.
O nome de Nyimpine Chissano
ficou muito badalado a partir do momento
em que foi mencionado no
processo que julgou os executores da
morte do Jornalista Carlos Cardoso,
fundador e primeiro editor do media-
FAX, como um dos supostos autores
morais do crime.
Nyimpine morreu numa altura
em que o seu nome constava como
arguido no processo autónomo relacionado
com o assassinato do jornalista
Carlos Cardoso.
Sobre o assassinato de Carlos
Cardoso
, o ex.Procurador Geral da
República foi citado na edição do
mediaFAX de 3 de Novembro de
2002 a dizer que “se Nyimpine está
ou não envolvido deixo a clarificação
disso ao critério das pessoas que
estão a trabalhar no caso. Pelo que
sei, Nyimpine ainda não foi ouvido.
Se for necessário vamos fazé-lo. A
responsabilidade criminal não se presume.
Prova-se. Não se pode pronunciar
apontando boatos. Queremos
factos. Se for verdade que Nyimpine
está metido no caso Cardoso, ele
será chamado. Ninguém está acima da
lei”. Madeira acrescentou ainda
que “ qualquer denúncia tem a devida
importancia”.
O Jornal mediaFAX foi a primeira
publicação a revelar o suposto
envolvimento de Nyimpine na morte
de Carlos Cardoso, edição de 26/10/02,
“o filho do Galo” foi mencionado na
passada sexta-feira numa audiência
em que compareceu para ser ouvido
um cidadão de nome Uapa, de nacionalidade
sulafricana, ex-presidiario
da BO depois de cumprir metade de
uma pena de 10 anos de cadeia a que
tinha sido condenado por posse ilegal
de armas.
Uapa foi arrolado pelo Ministerio
Público, a poucas semanas do
início do julgamento. Para além de
outras revelações consideradas cruciais
para a compreeensão do processo
processo,Uapa mencionou alegadas conversas
do arguido Momad Assif(Nini)
onde este se terá referido como tendo,
no crime que vitimou Carlos Cardoso,
agido na posição de intermediário. Por
outras palavras, Momad Assif terá dito
que “o filho do Galo” é que era o interessado
directo na morte de Cardoso.”
Na sequência disso, o jornalista
Fernando Lima clarificava na edição
seguinte, “das muitas personalidades
envolvidas na audiência judicial da passada sexta-feira, ninguém quis dar a
cara. Mas a deram os circunstancialismos
da sessão e nome a este articulista.
Uapa pronunciou o nome sem
evasivas. Os presentes na sessão fizeram
questão em acrescentar que o
nome foi inscrito na acta da sessão.
E o nome é Nyimpine Chissano,
o filho do Presidente da República.
Cabe agora ao Ministerio Público
e aos demais actores envolvidos
no processo accionarem os devidos
procedimentos. Uma alegação é apenas
uma alegação. São precisos outros elementos
para darem corpo à alegação.
Aos polícias, advogados e juizes cabe
a investigação para o processo”.
A seguir a este episódio, os jornalistas
Marcelo Mosse, Kok Nam e
Fernando Lima foram alvos de ameaças.
E a ameaça mais insólita foi uma oferta
de 340 frangos, vivos e devidamente
acondicionados em gaiolas. Estes jornalistas,
apresentaram uma queixa às
autoridades policiais e a mesma não
teve desfecho.
Nyimpine chegou a promover uma
acção judicial contra o jornal Metical,
propriedade do jornalista Carlos Cardoso
em que a publicação foi condenada a pagar
uma indemnização de 70 mil dólares.
O que levou ao encerramento da mesma.
Nyimpine Chissano foi também conhecido
como empresário com vários interesses
económicos sendo de destacar a
Expresso Tours, cujos cheques foram
apresentados no julgamento de Cardoso
como documentos probatórios dos pagamentos
feitos por Nini Satar a Anibalzinho,
o executor do crime.(Redacção)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sem legenda

O nome do primogénito do antigo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, ocupou as manchetes nacionais e internacionais depois de ter sido implicado no assassinato, há perto de sete anos, do proeminente jornalista moçambicano, Carlos Cardoso.
Apesar de ter veementemente rejeitado as alegações proferidas contra si, pairava em conexão com o crime sobre Nympine Chissano um processo autónomo, ainda sem desfecho e instruído pela Procuradoria-geral da República.

Moçambique

Nyimpine Chissano, filho mais velho do ex-Presidente Joaquim Chissano morreu.

Maputo, 19 Nov - O filho mais velho do ex-Presidente de Moçambique Joaquim Chissano, Nyimpine Chissano, morreu hoje de madrugada em Maputo, noticiou hoje a imprensa local.
De acordo com a mesma fonte, Nyimpine Chissano, 37 anos, terá morrido de problemas cardíacos na sua residência, em Maputo.
Pouco dado a declarações aos jornais, por, segundo ele, não querer ser figura pública "nem fazer parte do governo", pouco se sabe de Nyimpine Chissano, a não ser que frequentou cursos académicos nos Estados Unidos e que era casado com a actriz Cândida Cossa.
O nome de Nyimpine Chissano, considerado o "enfant terrible" da família do ex-Chefe de Estado, foi, no entanto, falado nos últimos anos no âmbito do julgamento da morte do jornalista Carlos Cardoso, director do jornal Metical, assassinado a tiro num bairro diplomático de Maputo a 22 de Novembro de 2000.
Nos meses anteriores, as notícias por si publicadas sobre o desaparecimento, em 1996, de 14 milhões de dólares em subsídios para a privatização de um dos maiores bancos comerciais do país provocaram um autêntico terramoto político.
As notícias conduziram a inquéritos parlamentares e, eventualmente, forçaram o presidente Chissano a demitir o procurador-geral e seis importantes membros do governo, em Março de 2000.
No dia 31 de Janeiro de 2003, seis pessoas foram condenadas a penas que vão de 23 a 28 anos de prisão pelo assassínio de Carlos Cardoso mas, durante o processo, três dos incriminados acusaram o filho mais velho do ex-Presidente da República de ser o verdadeiro mandante do assassínio do jornalista, alegação que Nyimpine Chissano sempre negou.
Manuel Fernandes, o "Escurinho", Carlitos Rachide, o "Calu" e Momede Satar, o "Nini" apontaram Nyimpine como mandante do crime e como a pessoa que ordenou os pagamentos a Aníbal Santos Júnior, o "Anibalzinho" - alegadamente o "cérebro" da operação que levou ao assassínio do jornalista.
Nascido na Tanzânia, durante a guerrilha que a FRELIMO moveu contra o regime colonial português, o primeiro filho de Joaquim e Marcelina Chissano foi baptizado em homenagem a esses tempos, com um nome que na língua changana, a etnia do pai, significa "na guerra".
Depois de uma infância normal, o alegado mau feitio de Nympine começou a manifestar-se logo no início da vida adulta, com notícias menos edificantes a seu respeito, como o caso de ter partido uma máquina de escrever numa esquadra da capital, após uma discussão com polícias, devido a um problema de trânsito.
O episódio foi divulgado pelo jornal Metical, altura dirigido e propriedade do jornalista Carlos Cardoso, e terá sido aí que começou a animosidade no relacionamento entre o jornalista e o filho mais velho do então presidente da República.
Numa biografia sobre Carlos Cardoso, escrita pelos jornalistas Paul Fauvet e Marcelo Mosse, refere-se que o director do Metical instruiu os seus repórteres para não ouvirem Nyimpine Chissano, devido ao seu carácter arrogante e prepotente.
Para muitos, a hostilidade entre Carlos Cardoso e Nyimpine Chissano ficou confirmada, quando este, em 2002, afirmou em tribunal que as notícias de Cardoso fizeram mal à sua família e ao seu filho que ainda nem tinha nascido.
Nessa sessão do tribunal, Nyimpine Chissano depôs como declarante, após alguns réus o acusarem como mandante do assassínio do jornalista, o que levou à abertura do processo autónomo de que resultou a presente acusação.
Para a opinião pública, também caiu mal o facto do primogénito de Joaquim Chissano ter usado o termo "coitado" para se referir a um réu que o acusou directamente de ter pago a morte de Carlos Cardoso.
Ao mesmo tempo que se envolvia na polémica da morte do jornalista moçambicano, Nympine começou igualmente a atrair as atenções pelo seu estilo de vida de empresário próspero.
A situação chegou mesmo ao parlamento com a RENAMO, oposição, a interpelar Joaquim Chissano sobre a origem dos sinais de riqueza supostamente ostentados pelo seu filho.
"O meu filho é um empresário de sucesso", respondeu nessa sessão o ex-presidente da República, Joaquim Chissano, dando motivos para que alguns jornais passassem a usar essa expressão para se referirem ironicamente a Nympine.
Outra designação utilizada pelos jornais, "o filho do galo", valeu ao Savana ter sido "inundado", em Setembro de 2002, com 340 aves de capoeira que mão anónima colocou nas suas instalações.
PGF
Moçambique: Nyimpine Chissano, filho mais velho do ex-Presidente Joaquim Chissano morreu, imprensa
Maputo, 19 Nov (Lusa) - O filho mais velho do ex-Presidente de Moçambique Joaquim Chissano, Nyimpine Chissano, morreu hoje de madrugada em Maputo, noticiou hoje a imprensa local.
De acordo com a mesma fonte, Nyimpine Chissano, 37 anos, terá morrido de problemas cardíacos na sua residência, em Maputo.
Pouco dado a declarações aos jornais, por, segundo ele, não querer ser figura pública "nem fazer parte do governo", pouco se sabe de Nyimpine Chissano, a não ser que frequentou cursos académicos nos Estados Unidos e que era casado com a actriz Cândida Cossa.
O nome de Nyimpine Chissano, considerado o "enfant terrible" da família do ex-Chefe de Estado, foi, no entanto, falado nos últimos anos no âmbito do julgamento da morte do jornalista Carlos Cardoso, director do jornal Metical, assassinado a tiro num bairro diplomático de Maputo a 22 de Novembro de 2000.
Nos meses anteriores, as notícias por si publicadas sobre o desaparecimento, em 1996, de 14 milhões de dólares em subsídios para a privatização de um dos maiores bancos comerciais do país provocaram um autêntico terramoto político.
As notícias conduziram a inquéritos parlamentares e, eventualmente, forçaram o presidente Chissano a demitir o procurador-geral e seis importantes membros do governo, em Março de 2000.
No dia 31 de Janeiro de 2003, seis pessoas foram condenadas a penas que vão de 23 a 28 anos de prisão pelo assassínio de Carlos Cardoso mas, durante o processo, três dos incriminados acusaram o filho mais velho do ex-Presidente da República de ser o verdadeiro mandante do assassínio do jornalista, alegação que Nyimpine Chissano sempre negou.
Manuel Fernandes, o "Escurinho", Carlitos Rachide, o "Calu" e Momede Satar, o "Nini" apontaram Nyimpine como mandante do crime e como a pessoa que ordenou os pagamentos a Aníbal Santos Júnior, o "Anibalzinho" - alegadamente o "cérebro" da operação que levou ao assassínio do jornalista.
Nascido na Tanzânia, durante a guerrilha que a FRELIMO moveu contra o regime colonial português, o primeiro filho de Joaquim e Marcelina Chissano foi baptizado em homenagem a esses tempos, com um nome que na língua changana, a etnia do pai, significa "na guerra".
Depois de uma infância normal, o alegado mau feitio de Nympine começou a manifestar-se logo no início da vida adulta, com notícias menos edificantes a seu respeito, como o caso de ter partido uma máquina de escrever numa esquadra da capital, após uma discussão com polícias, devido a um problema de trânsito.
O episódio foi divulgado pelo jornal Metical, altura dirigido e propriedade do jornalista Carlos Cardoso, e terá sido aí que começou a animosidade no relacionamento entre o jornalista e o filho mais velho do então presidente da República.
Numa biografia sobre Carlos Cardoso, escrita pelos jornalistas Paul Fauvet e Marcelo Mosse, refere-se que o director do Metical instruiu os seus repórteres para não ouvirem Nyimpine Chissano, devido ao seu carácter arrogante e prepotente.
Para muitos, a hostilidade entre Carlos Cardoso e Nyimpine Chissano ficou confirmada, quando este, em 2002, afirmou em tribunal que as notícias de Cardoso fizeram mal à sua família e ao seu filho que ainda nem tinha nascido.
Nessa sessão do tribunal, Nyimpine Chissano depôs como declarante, após alguns réus o acusarem como mandante do assassínio do jornalista, o que levou à abertura do processo autónomo de que resultou a presente acusação.
Para a opinião pública, também caiu mal o facto do primogénito de Joaquim Chissano ter usado o termo "coitado" para se referir a um réu que o acusou directamente de ter pago a morte de Carlos Cardoso.
Ao mesmo tempo que se envolvia na polémica da morte do jornalista moçambicano, Nympine começou igualmente a atrair as atenções pelo seu estilo de vida de empresário próspero.
A situação chegou mesmo ao parlamento com a RENAMO, oposição, a interpelar Joaquim Chissano sobre a origem dos sinais de riqueza supostamente ostentados pelo seu filho.
"O meu filho é um empresário de sucesso", respondeu nessa sessão o ex-presidente da República, Joaquim Chissano, dando motivos para que alguns jornais passassem a usar essa expressão para se referirem ironicamente a Nympine.
Outra designação utilizada pelos jornais, "o filho do galo", valeu ao Savana ter sido "inundado", em Setembro de 2002, com 340 aves de capoeira que mão anónima colocou nas suas instalações.
(Lusa) PGF

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Cobra em posicão de ataque
ORA AQUI ESTÁ UMA GRANDE VERDADE...
Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo.
Ele...fugia...com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem..forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes.
Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!
E é assim...
Diariamente, tropeçamos em cobras!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Matando a galinha dos ovos de ouro

Foto; Sérgio Santimano da série; "Cabo Delgado - Uma história fotográfica sobre África" 1997.

Mais de 400 milhões de dólares desapareceram do sistema bancário na década de 90 em Moçambique.
Carlos Cardoso e António Siba-Siba Macuácua foram provavelmente assassinados para impedir a verdade sobre isto e sobre a maneira como os roubos foram efectuados.
Todos os países usam os bancos para fins políticos.
Em Moçambique, os bancos foram usados para construir o socialismo, para manter o país a funcionar durante a guerra e depois, na nova era capitalista, para promover empresários locais e manter a economia livre de mãos estrangeiras.
Porém, banqueiros e homens de negócios, nacionais e estrangeiros, apropriaram-se simplesmente de muito dinheiro e foram muitas as mãos que foram ao saco.
Talvez haja uma diferença entre roubar dinheiro e promover uma nova elite.
Mas os que mataram Cardoso e Siba-Siba tinham perfeitamente a noção de que nunca poderiam tirar dinheiro e justificá-lo publicamente - e que tinha sido tirado dinheiro suficiente para justificar duas mortes pelo menos.
Talvez tenham conseguido garantir que os pormenores nunca venham a ser conhecidos.
Mas isso faz com que ainda seja mais importante passar em revista aquilo que se sabe e colocá-lo em contexto.
Este estudo baseia-se em entrevistas com banqueiros e pessoas que conhecem o cenário da banca moçambicana mas que deixaram de estar envolvidos quer com o BCM, quer com o Banco Austral.
O Banco de Moçambique recusou falar connosco.
Numa série de 11 artigos tentaremos mostrar:
como a criação do sistema bancário criou condições para a fraude e a corrupção;
como a nova elite conseguiu pilhar a banca antes da privatização;
como o FMI e o Banco Mundial "de facto" levaram o governo a aceitar a corrupção;
como as privatizações tiveram um cunho político e envolveram famílias importantes e ligadas a altas entidades do partido e do Estado;
como as duas privatizações de bancos foram dúbias e usadas por moçambicanos e seus associados estrangeiros para roubar ainda mais.
Lamento ter de dividir este ensaio em pedaços curtos, mas no final as 11 partes terão coberto o seguinte:
Banca socialista
A era pós-Samora
Privatização forçada dos bancos estatais
Privatização do BCM
Privatização do BPD
Colapso dos dois bancos
Quem ia ficar com o Banco Austral?
Uso da contabilidade para roubar
Lavagem de dinheiro
Roubando de contas no estrangeiro
Reflexões Finais
Não haverá revelações e poucas coisas são realmente novas.
Mas juntando aquilo que já é conhecido, espero mostrar que a ganância crescente acabou por matar a galinha dos ovos de ouro.
Ao fim e ao cabo a elite política perdeu o controlo dos bancos.
E em vez de ter servido para reforçar o poder económico dos moçambicanos, o resultado foi o controlo estrangeiro sobre a banca moçambicana.(Joseph Hanlon)
[próximo artigo]

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Cabo Verde





fotos; Vito Ferrinho; Ilha do Sal Nov.2007
As mulheres mais velhas esperam sempre que o pescador seja seu conhecido com o fim de ser premiada com a cabeca do peixe (que faz uma rica sopa).
O atum sendo um peixe grande o pescador dá sempre a cabeca do peixe.
texto ; Vito Ferrinho

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Passatempo ?

Tive acesso a uma gravação que descreve a situação em que Francisco Loiça, conhecido como o fundador do partido O Bloquo de Esquerda, foi assassinado pela mulher.-
Querido, achas que sou bonita?
- Eu não diria bonita, pois trata-se de um conceito adoptado pelas classes dominantes para classificar animais humanos dentro de padrões de beleza culturalmente preestabelecidos.
- Isso que dizer que sou feia?
- Cosmeticamente diferente é o termo mais adequado.
- Mas, tu ainda me amas?
- O amor é um sentimento inventado pela burguesia com intuito de subjugar os indivíduos a um único modo de pensar a sociedade, tirando-lhes a razão e o senso crítico.
- E depois? - Depois, nutro por ti um sentimento de co-participação em interesses de ordem habitacional, económica e sexual.
- O quê? Quer dizer que tu só me queres como mulher-a-dias e prostituta?
- Não se diz mulher-a-dias e sim higienizadora ambiental. E tratar parceiras sexuais alugadas como prostitutas não é politicamente correcto.
- Tu deves estar louco.
- Emocionalmente fora do padrão.
- Bem me avisaram que eras um chato.
- Chato não, pessoa interessante de maneira diferente.
- Como fui cega...
- Desprovida de capacidade visual é mais correcto.
- Não sei por que casei contigo!
- Desconheces o motivo que te levou a submeteres-te a uma institucionalização oficializante do relacionamento de co-habitação entre duas pessoas de sexo não coincidente.
- Idiota!
- Pessoa com ideia fixa.
- Para mim chega! Vou procurar um amante que me queira.
- Não precisas de recorrer a este tipo de relacionamento com padrão não convencional, nós ainda podemos partilhar de uma coexistência saudável como duas pessoas com referências diferenciadas da cultura dominante.
- Prefiro viver com um lavador de carros a continuar contigo!
- A tua preferência em manter uma co-habitação de carácter afectivo com um especialista em aparência de veículos, não te dá o direito de comparar opções de meio de sobrevivência alternativo com o meu comportamento que se diferencia dos dogmas do status-quo.
- Ah, por que é que não podes ser uma pessoa normal?
- A normalidade é uma convenção imposta.
- Chega, não aguento mais! Quero ver-te morto.
- O que tu desejas é transformar-me num indivíduo metabolicamente inviável. Ela pega no revólver que o criado mudo está segurando, ou melhor: ela pega o revólver que o auxiliar doméstico oralmente prejudicado detém e atira no peito do marido.
Ao vê-lo caído no chão, todo ensanguentado, ela abraça-o.
- Perdão, querido, eu sou uma burra! No último suspiro, ele corrige:
- Pessoa com um enquadramento lógico muito particular.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

DE REPENTE A TERRA

Foto Sérgio Santimano da série "terra incógnita" Niassa 2001-2005

De repente a terra.

A descoberta das cores que a povoam.
Do preto ao ocre. Cada tom a revelar os seus segredos.
A passar mensagens. Incipientemente a acordar-me para as dores da luz penetrando forte pela consciência.
Afinal só eram sombras o que eu percebia na inocência.
Afinal a vida estava lá fora a contorcer-se.
Mosaico de futuro a construir-se em cada um dos grãos de areia.
A lângua de lama seca a repartir-se ao sol.
É um expediente que quebra cada brilho para me arrumar o pensamento.

Júlio Carrilho
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Bamako - VII Festival de fotografia

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Entrevista ...


Dados biográficos;


Naturalidade: Namaacha, às 5:30h do sexto dia do quinto mês do ano de 1984.

Filiação: pai cabo verdeano, mãe moçambicana.

Infância: passada em Namaacha até aos 10 anos, onde fiz uma parte do ensino primário, continuando em Maputo.

Adolescência e juventude: concluo o ensino geral e o pré-universitário e ingresso na UEM.

Neste período inicio-me na música fazendo parte do grupo Dinastia Bantu, integro-me no Movimento Humanista por algum tempo e, mais recentemente, entro para Label Cotonete Records, donde fazem parte rappers como Izlo, Ivete, Rage e Terry.

Tenho agora o meu álbum à porta, dia 10, mais um marco na minha biografia.


Entrevista


Carlos Serra
: Vai sair um álbum seu, o primeiro, dia 10. Qual o conteúdo dos trabalhos?


Edson da Luz: Fundamentalmente, intervenção social e até certo ponto política também, pois no meu ver a realidade social da sociedade moçambicana é em grande parte condicionada pela actividade política deste país, portanto entro quase sempre em choque com a política quando falo da sociedade.

Neste cd, não falo muito das belezas deste país porque para mim o feio salta-me mais à vista e as belezas viram naturalmente como consequência de concertarmos o feio.

Faço também abordagem da SIDA, mas tentando mostrar às pessoas como este vírus circula no nosso meio pela ponte dos relacionamentos, por exemplo: poderão perceber no tema “Labirintos” como um pai infecta a sua própria filha sem se envolver sexualmente com ela, mas simplesmente pelos labirintos dos nossos relacionamentos.

Falo da banalização do sexo, alguns novos hábitos da nossa sociedade e exponho as minhas ideias para se solucionar alguns problemas da nossa moçambicanidade, o que poderá aplicar-se também a nós como africanos.


Carlos Serra: O Edson é um crítico social. Por quê?


Edson da Luz: Às vezes faço-me essa pergunta e pergunto-me também por quê não sou um artista igual a tantos que cantam sempre a alegria, o amor e a beleza da vida, a resposta não é facil, talvez recuar um pouco na minha história, nasci na vila da Namaacha filho de pai cabo verdeano e mãe moçambicana, dizem que sou mulato e por isso quando criança sofria discriminação, diziam que eu não tinha bandeira, logo aos 10 anos vi os meus pais separarem-se e venho morar em Maputo, tenho um contacto brusco com a realidade da selva que é a cidade, vivendo apenas com a minha mãe e meus irmaõs, assisto à batalha constante que a minha mãe travava para nos sustentar, a minha mãe sempre dizia para eu estudar para vencer na vida, enquanto isso ia assistindo pessoas sem estudo ou qualquer cultura académica a singrarem na vida à custa de “esquemas”, uma série de contrastes, meu pai ajudou no gosto pela leitura e descobri mensagens de revolta, esperança e alternativa nos poemas de José Craveirinha, descobri assim uma maneira de estar na sociedade, contribuir com a crítica para melhorar o meu meio, escrevi poemas e depois entrei na música de modo mais interventivo.


Carlos Serra: Bem, talvez já tenha dado a resposta...é estudante de geologia, estuda a estrutura da terra. Como se efectuou a transição para o estudo da sociedade?


Edson da Luz: O estudo da sociedade já fazia mesmo antes de entrar na faculdade e continuei a desenvolver as duas actividades em paralelo, mas às vezes as duas cruzam-se e às vezes sou também crítico dentro da sala de aulas e uso meus conhecimentos académicos para auxiliarem-me nas minhas análises, na escola tive noção do país, dos recursos, de como usá-los e também pude perceber como são mal aproveitados.


Carlos Serra: Como surge o nome artístico "azagaia"?


Edson da Luz: Surge na tentativa de adequar a nossa cultura africana à música hip hop, ou talvez o contrário, portanto este nome é produto do cruzamento entre o hip hop e a cultura africana, sendo a azagaia um instrumento de combate nos povos bantu, eu achei interessante adoptá-lo como alcunha, visto que a minha postura sempre foi combativa, vou directo aos meus alvos.


Carlos Serra: Como vê a evolução de Moçambique?


Edson da Luz: Talvez escrevendo um livro sobre este tema eu explicaria, mas em palavras mais resumidas eu acho que nós andamos e paramos constantemente e sinceramente não sei o que fazemos com maior frequência e duração, mas arriscaria em dizer que paramos mais, falarei de Moçambique desde a independência, marco zero, perdoem-me os tribalistas, assistia-se à construção duma nação segundo os livros e testemunhos orais, muitos erros e acertos, alguém me disse que o país era um quartel naquela altura, mas havia fortes princípios morais, uma forte liderança, quando é assassinado o presidente explode um clima de instabilidade intenso, 16 anos de guerra civil, muita dor e mágoa, desenvolvimento económico e social parado, quando finalmente a guerra acaba as pessoas estão chocadas e desnorteadas, grande crise de valores, ensina-se a cultura da paz, mas pouco se ensina sobre a cultura de ser cidadão, observa-se muito oportunismo, não que não existisse antes, a importação da cultura ocidental faz confusão na cabeça dos jovens, muitos já nem sabem o que é ser moçambicano, perda de identidade, o capitalismo selvagem não deixa espaço nem tempo para se abordar estes assuntos, estão os pais preocupados em ganhar cada vez mais dinheiro, estão os filhos a tentar ser americanos ou europeus, a educação é tão eficaz que produz alunos que concluem o ensino primário sem saberem ler e escrever correctamente devido a um sistema de passagem obrigatória, importado de certeza de um país doador, não temos noção da dimensão do nosso país, pensamos que ele é a nossa cidade, não há perspectivas de saída do lugar por parte dos nossos irmãos dos distritos e localidades no Centro e Norte do país, a tentativa de desenvolver o país continua, recuperar o tempo perdido, então vendemos o país, privatizámo-lo em troca de investimentos, democracia experimental, que confunde-se com um regime ditatorial disfarçado, uns enriquecem muito, outros empobrecem na mesma proporção, aumenta o crime porque parece que diminuem oportunidades, corrupção, nepotismo, os nossos governantes guerreiam constantemente, resultado: o povo já não confia neles (já agora muitos jovens não têm vontade de recensearem-se).

Temos fábricas paradas há muito tempo e supermercados a abrirem constantemente, os nacionais não conseguem ser mais que empregados e muitas vezes de estrangeiros, é um cada um por si e Deus por todos, e até a religião é negócio, a doença é negócio, enfim... talvez encontrem pessimismo na minha análise, mas é como eu vejo e acredito que muitos assim o vêm também.

A evolução é um processo contínuo, na minha opinião vivemos em prédios de caniço disfarçados de cimento e betão, a julgarmos que somos melhores que outros nossos irmãos que perdem-se no horizonte da ignorância comum.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Azagaia ataca de novo

Foto; Sérgio Santimano (Niassa, Base Beira, 2004)

A Marcha
I
Eu falo de povo para povo
Porque eu sou povo e tu és povo
Usamos a mesma linguagem
E quando tu falas eu te oiço
Quando eu falo tu me ouves
Partilhamos as mesmas dores
Se te cansaste de pedir favores
Entao venha para Marcha

Tu que és mal pago
Mas te esfolas no trabalho
TU que não és pago
E recebes esmolas no trabalho

Sim tu que és humilhado por não teres ido a escola
Ninguém percebe que tiveste que pegar cedo no trabalho

Tu que pagas impostos
ficas sem nada nos bolsos
Tu que fazes derigentes engordarem como porcos

Tu que não percebes economia nem politica
Dizem que o país desenvolve mas no teu prato nao vês comida

Tu que serás lembrado só nas próximas eleições
E verás o candidato em helicopetros e aviões

Tu que vieste pra cidade a procura de sustento
Porque no campo a agricultura não dura sem investimento

Tu que te apertas com os teus filhos num quarto de dependência
Acordas cedo, dormes tarde a lutar pela independência

Sim tu que és escorraçado nos passeios da cidade
A mesma policia que te escorraça não quer criminalidade

Tu que te formaste mas isso não basta no curriculo
Mais importante que habilitações é ser membro do partido

Tu que és do Centro, és do Norte e as vezes doe-te muito
Ver tua provincia empobrecer, será que Moçambique é só Maputo?

Tu que perdeste a tua familia no Paiol de Malhazine
E não viste os culpados serem julgados pelo crime

Tu que perdeste heróis e amigos vitmas deste regime
Se nao gritares comigo eles nao pagam pelo crime.

Refrao:
Ladroes----fora
Corruptos----fora
Assassinos----fora
Gritem comigo pra essa gente ir embora

Ladroes----fora
Corruptos----fora
Assassinos----fora
Gritem comigo pois o povo já não chora

II
E o povo apenas pede transparência
Queremos uma auditoria nos ministérios e presidência
Um levantamento de bens e orçamento
Os zeros no vencimento
Pra combatermos a pobreza vamos combater o enriquecimento

Baixem o salário dos deputados
Directores e ministros
E essas regalias dos Mercedes e subsidios
É tanto luxo, no meio do desemprego e do lixo
Porque que num país tao pobre, os dirigentes são tão ricos?

Declarem os vossos bens antes de assumirem as pastas
Ao povo o que é do povo
Não é pra construirem casas
No Triunfo e Belo Horizonte
Enquanto jovens recém-formados vêm o futuro sem horizonte
E é mesmo lá na fonte

Que esse Fórum Anti-corrupção
Tem que apontar os corruptos
Se não encontram corrupção
Então voçes são os corruptos

Mudem o modo de governar ou então mudem o governo
É que nem o Império de Gaza foi eterno

Vamos mudar a nossa estratégia de luta
Se os ricos roubam os pobres
vamos combater a riqueza absoluta

E se ha salario minimo que haja salário máximo
Pra cada cidadão um cargo de chefia no maximo

E a Constituição da República que seja destribuida
Nas escolas, nas igrejas,e divulgada pelos media

Abaixo o pacifismo, vamos andar de cabeça erguida
Nem que pra isso,tenhamos que sacrificar a alguma vida.
Refrão 2x Label:

Cotonete Records (http://www.cotonetrecords.com/)


sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Oliveiras” vende património"

DEPOIS que anunciou o encerramento das portas na última quinta-feira, a empresa “Oliveiras, Transportes e Turismo” está desde ontem a vender o seu património.

Para esta medida, os gestores da empresa agora alegam motivos de saúde não especificados, contrariamente aos económicos que haviam dado a conhecer inicialmente como sendo a razão do fim da actividade transportadora de passageiros, iniciada em 1929.

Entre os bens patrimoniais agora à venda destacam-se as terminais de Maputo, Xai-Xai, Chibuto, Inhambane, Chókwè, Boane e Manjacaze.
Maputo, Sábado, 3 de Novembro de 2007:: Notícias

Além das terminais, a “Oliveiras, Transportes e Turismo” está a vender toda a frota de autocarros, entre os em circulação e os paralisados por diversos motivos, como, por exemplo, avarias e acidentes.
Informações em nosso poder indicam que as terminais ora à venda são as últimas que sobravam, depois que no ano passado os proprietários da companhia venderam as de Chimoio, Vilankulo e Maxixe, nas províncias de Manica e Inhambane.
Sabe-se que para a terminal de Maputo, a proposta de venda está em dois milhões de dólares.
Do ano passado para este, os proprietários da “Oliveiras, Transportes e Turismo” venderam, além das terminais de Chimoio, Vilankulo e Maxixe, os hotéis de Chibuto e da praia do Chongoene, e as instalações de Macia, na província Gaza.
Entretanto, ontem os gestores e trabalhadores voltaram a reunir, sem no entanto alcançarem consenso em relação aos processos de pagamento do pré-aviso e das indemnizações.

Os trabalhadores têm uma proposta de pagamento acumulado dos meses de salário a que têm direito, quer no que se refere ao pré-aviso, quer nas indemnizações, o que é recusado pelo patronato, que prefere liquidar os salários mensalmente.
Outro pomo de desentendimento entre as partes é a recusa do patronato em emitir um documento oficial que anuncia o encerramento da companhia.

Os trabalhadores exigem tal carta para servir de garantia, caso seja necessário, de que a empresa faliu.

Na impossibilidade de emissão de tal documento, são de opinião de que a empresa dever-lhes-ia ceder uma cópia do anúncio ou pedido de declaração de falência enviado às estruturas competentes.

As partes voltam a reunir segunda-feira.
Sobre o fim da “Oliveiras, Transportes e Turismo”, o Governo ainda não emitiu a sua posição, uma vez que, segundo o titular do pelouro dos Transportes e Comunicações, António Munguambe, ainda não tinha, até ontem, recebido nenhuma informação oficial.

Esperava-se para ontem a realização de um encontro com os gestores (proprietários) daquela companhia para se colher informações e subsídios sobre a situação, mas tal como apurou o nosso Jornal, tal reunião não se realizou.

"in Noticias "